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domingo, agosto 31, 2014

Grão do Corpo [Resenha do show do Teatro Mágico]


Quem veio aqui pra assistir um show, veio enganado... Isto não é um show, isso é uma desculpa para um grande encontro de pessoas, que em alguma dimensão, se merecem...”.


Quem já teve ao menos uma oportunidade de estar em uma apresentação da trupe O Teatro Mágico, com certeza ouviu estas palavras de seu idealizador Fernando Anitelli, justificando umas das principais características do grupo, que é o de envolver, ao extremo, o público ao som que rola no espetáculo, por isso, entre outros motivos, esse público, merecidamente, possui uma classificação: Raros.

E esta definição é cabível, pois é o que acontece, encontros... Encontramos pessoas que partilham de um mesmo sonho, amores incondicionais entre mares e meninas; encontro entre a boa música e o sorriso de careta; encontro entre a arte e o protesto; encontro com a verdade!

Com o lançamento do novo álbum “Grão do corpo” o TM inicia uma nova fase em seu percurso poético-musical, uma fase muito mais madura, como é definida pelo próprio Anitelli, e também mais sóbria, assim como o álbum lançado recentemente o novo show (ops) que se desnuda no palco se revela mais ao público, os integrantes da atual formação se humanizaram mais, estão mais próximos ainda do público, tornando mais realista a afeição por todos ali.

É nítido que algumas arestas, que antes eram imperceptíveis, foram aparadas, E neste caso aparar não significa amputar, e sim podar, para que a ideologia das canções amanheça brilhando ainda mais forte em todos os presentes, a sonoridade da banda ganha mais corpo, e as encenações complementam as canções numa sincronia perfeita e emocionante.

Fernando Anitelli deixa de ser um poeta que divulga uma mídia independente, para um ativista apaixonado que criou a capacidade de nos fazer rasgar nossas mentes e almas e fazer dali brotar uma ideologia de igualdade e crítica extremamente nítidas e conscientes, nos revela que é possível embalarmos pelo poesia e despertarmos para a luta social que nos cerca. E este equilíbrio foi perfeitamente encontrado neste momento da trupe, saímos desse encontro com a trupe e os raros embriagados de amor e ao mesmo tempo mais incomodados do que nunca com a realidade que nos cerca.

Ao inicio do encontro é de extasiar, as três primeiras canções pertencentes ao CD Grão do corpo, simplesmente causaram um impacto fortíssimo em que estava diante do espetáculo, nada pode ser comparado a sonoridade poética e maturidade das novas canções, a partir de então houve uma mescla perfeita de canções de todos os álbuns com as novas composições, um dos pontos altos sem duvida é a apresentação solo de Fernando, num momento voz e violão, que já vem se realizando há algum tempo nos encontros, este momento o público praticamente sobe ao palco e tem seus sonhos realizados.

O som também é de se apreciar por séculos, logo ao fim da apresentação, eu ouvi um casal de senhores, que nunca tinham apreciado o Teatro Mágico dizendo um pro outro o quanto foi agradável estar ali, que a musicalidade daquele grupo fazia bem aos ouvidos e a alma. Neste momento pensei em parar pra conversar com eles e contar tudo sobre a banda e ideologia de seu fundador –coisas de raro-, mas preferi deixá-los ali se deliciando com o que tinha passado diante de seus olhos.

Outro momento que merece, mais do nunca, atenção especial são as apresentação das artistas circenses, mais teatrais e significativas revelam aquilo que pode nos escapar das canções, sem contar o estado maravilhado que nos deixam e os eternos frios na barriga que nos provocam.


Nada melhor do que depois do encontro trocar umas palavras com o Sr. Odácio, simpático e inteligentíssimo, nos revela tudo aquilo que estava por trás de cada palavra e gesto ocorrido no encontro, sempre revigorante e com um sorriso no rosto nos mostra que o encontro não terminada ali, mas se reinicia em cada um de nós no momento em que voltamos pra nosso realidade.

Não há duvidas que é um dos melhores encontros que podemos participar em nosso país, quem nunca esteve presente com certeza não pode definir com certeza a importância da música de resistência da nossa sociedade atual, muito menos enamorar-se pelos emaranhados apaixonantes da verdadeira arte poetizada e forma musical.

Nunca vamos nos acomodar com o que incomoda e sempre vamos rugir dilatando nossos corações para a demanda do mundo que é Amar.


Esta não é a primeira postagem falando sobre a trupe o Teatro Mágico aqui no blog, há outras, mas a que mais se destaca foi o texto que rendeu ao blog o status de divulgador oficial por ocasião do lançamento do DVD Segundo Ato, confira AQUI.

Ou ainda nas postagens com o marcador "o Teatro Mágico".



Conheçam mais o trabalho de Fernando Anitelli e sua trupe:




ps. as imagens foram retiradas da page da trupe.









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