Carl Tanzler, o homem que
amou uma múmia [Bizarro] [Imagem relativamente forte]
O radiologista alemão se apaixonou por uma paciente
- e quando não pôde salvá-la resolveu preservar seu corpo
Carl Tanzler era um radiologista alemão
que afirmava ter nove graduações universitárias, dizia ter sido um capitão de
um submarino e um inventor. Pelo que se sabe hoje, ele era apenas um homem
excêntrico que abandonou sua esposa e filhos na Alemanha para trabalhar
noUnited States Marine Hospital, na Flórida (EUA), em 1927.
Depois de
aceitar o emprego, Carl acabou conhecendo Maria Elena Milagro de Hoyos,
uma jovem cubana de 21 anos que se tornou sua paciente. Dizem que, ao vê-la, o
radiologista soube que se tratava da mulher dos seus sonhos - literalmente. Ele
contou para todos os seus conhecidos que sonhava com uma moça muito parecida
todas as noites e que ela estava destinada a ser o amor de sua vida.
Ao ser
examinada, Maria Elena foi diagnosticada com tuberculose - o que, na época, era
praticamente uma sentença de morte. Desesperado com a possibilidade de perder
sua alma gêmea, Carl tirou (muito) dinheiro do próprio bolso para salvá-la. Ele
administrava tônicos 'especiais' na paciente, comprou uma máquina de raio-X de
forma ilegal para levar à casa de Elena e a cobria de presentes e de
declarações amorosas.
Apesar dos
esforços do alemão, Elena morreu no dia 25 de outubro de 1931. Tanzler
insistiu em pagar por um mausoléu onde o corpo da moça seria sepultado e, com a
aprovação da família da morta, contratou um agente funerário para tratar o
corpo. Com isso, ele conseguiu uma chave para ter acesso ao mausoléu.
Durante dois
anos, Tanzler visitava Elena todas as noites. Como seus hábitos começaram a
causar desconfiança, ele foi demitido do hospital e parou de ir ao
cemitério.
Mas isso não quer dizer que ele desistiu. Eventualmente, ele
tirou o corpo de Elena do mausoléu e a colocou em um laboratório que ele
construiu a partir da carcaça de um avião. Usando gesso, cera, fios e olhos de
vidro, Tanzler transformou os restos mortais da moça e a levou para sua casa -
especificamente para sua cama.
Durante anos, o radiologista preservou o corpo de sua amada
estufando seu abdômen com trapos, colocando cabelo de verdade em seu crânio e a
banhando em perfume e óleos aromáticos para disfarçar seu odor. Ele também
comprava diferentes roupas para ela - o que começou a levantar suspeitas na
cidade. O que um homem que morava sozinho fazia com tantas roupas femininas?
Em outubro de
1940, a irmã de Elena confrontou Tanzler - ele, eventualmente, permitiu sua
entrada em casa. Lá, a mulher encontrou uma 'boneca de cera', sem suspeitar se
tratar do corpo da irmã, e alertou as autoridades. Só após exames, policiais
perceberam que era Elena.
Durante a
autópsia, eles notaram que o radiologista havia inserido um tubo no canal
vaginal da morta para preservar sua vagina - no entanto, não se sabe se teria
havido penetração.
Tanzler foi
preso e, surpreendentemente, ganhou até apoio público - pessoas o viam como um
romântico. Em seu julgamento, ele confessou que pretendia usar um avião para
levar Elena até a estratosfera onde a radiação penetraria seus tecidos e faria
com que eles voltassem à vida.
O radiologista
não ficou muito tempo na cadeia - afinal, muitos de seus crimes haviam sido
prescritos - e viveu o resto da vida sem incidentes (apesar de ter pedido o
corpo de Elena de volta, o que foi negado, e de ter mantido uma máscara similar
ao rosto da moça junto de si até o fim de seus dias).
Julgamento de Tanzler
Após o caso
ter ganho notoriedade, o corpo de Elena foi exposto ao público em uma casa
funerária. Após a exposição ser fechada, ela foi enterrada em um túmulo sem
nome, para que pudesse, finalmente, descansar em paz.
Fonte: RevistaGalileu