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sexta-feira, julho 31, 2015

Lampião [Entenda o verdadeiro Cangaço]

LAMPIÃO, ENTENDA O POVO POR TRÁS DO HOMEM ENTENDA O HOMEM À FRENTE DE UM POVO.

Findando o mês de julho relembramos um dos maiores mitos da historia brasileira: Antonio Virgulino Ferreira, O Lampião, homem que deixou sua marca num movimento como Cangaço. Muitas inverdades, tanto para o bem quanto para o mal, são proferidas em relação ao cangaceiro mais conhecido, bem como ao movimento de cangaço de forma geral, por isso é necessário conhecer melhor sobre o assunto.

O cangaço é um movimento histórico de resistência e luta dos mais pobres para sobreviver contra o poder dos mais ricos, e mesmo que possua em suas linhas momentos de violência deve ser compreendido como positivo e jamais deve ser comparado a movimentos como o atual tráfico de drogas ou determinadas realidades na periferia, principalmente nos grandes centros, ou mesmo movimentos organizados como os Sem-terra.

Justamente por ser um movimento libertário dos mais pobres e explorados que o cangaço sofreu perseguições da imprensa na época, onde foram criadas histórias falsas que até hoje são disseminadas em nossa sociedade, numa busca desenfreada de deslegitimar o movimento, assim como ocorre com muitos outros movimentos de resistência no Brasil e no mundo.

É evidente que muitos casos de violência foram cometidos por cangaceiros, mas da mesma maneira, mas em proporção muito maior sofreram ataques abusivos, bem como o povo em geral, da Volante, milícia apoiada abertamente pelos governos na época.

Lampião que nasceu em Pernambuco teve seu pai assassinado em 1920 pela polícia a mando de coronéis quando ainda criança, sua mãe morrerá 19 dias antes vítima de infarto. O sertanejo então se revoltou com a realidade e partiu em busca de seus inimigos. Sua história hoje é vista como um misto de romance, aventura, violência, amor e ódio.

Para a neta de Lampião, a historiadora Vera Ferreira, o rótulo de ‘bandido ou herói’ é muito simplista. “Eu costumo dizer que cangaceiros foram homens que disseram não a situação, porque se nós olharmos o passado do cangaço e analisá-lo somos remetidos para uma época social, econômico e cultural de muita pobreza no sertão, como ainda hoje é. Lá não existia uma autoridade, o sertanejo passava necessidades e ainda era explorado. Aí que o cangaço entra e se firma pela ausência de autoridade”, aponta.


Ainda sobre a questão de herói ou bandido, veja esta afirmação reflexiva de Washington Rodrigues Correa, sobrinho-neto de Pedro de Cândido – o coiteiro de Lampião que traiu o cangaceiro e revelou (forçado pelas milícias, dizem) o local onde ele e seu bando acampavam, na Grota do Angico – Diga lá, de coração: Lampião foi um herói ou um bandido?” Sua resposta, digna de muita reflexão, não podia ser mais inquietante: “Lampião foi simplesmente um brasileiro.”

Antes de Lampião o cangaço era apenas um fenômeno regional, limitado ao Nordeste do Brasil. De acordo com a neta do cangaceiro, o restante do país não se incomodava com o que não lhe dizia respeito. (...)Vera diz que Lampião representa o momento de maior importância do cangaço e que foi a partir de movimentos como Canudos e o cangaço que o resto do país percebeu a realidade do sertão. “O movimento do cangaço não era percebido pelo resto do país e a partir do momento em que o Lampião se torna famoso pelos seus feitos, a realidade nordestina passa a ser mais vista, após sua morte não houve mais nenhum movimento que fosse caracterizado pela rebeldia e contestação no Nordeste”, conta.

(...) Lampião era um revoltado e não um revolucionário. Como tal, não tinha uma visão mais ampla da sociedade (...). É bem provável que se Lampião tivesse nascido alguns anos antes, seguisse Antonio Conselheiro pelos caminhos do sertão até Canudos, ou, se tivesse nascido escravo na velha Roma ao tempo de Spartacus, talvez parceiro desse libertador. Nascido na segunda metade do século passado, provavelmente, seria encontrado liderando uma tomada de terra ou dirigindo um dos movimentos de camponeses sem terra.
Tantos condicionantes servem para entendermos que a guerra dos escravos, as guerras camponesas e o cangaço têm a mesma base: a opressão e a exploração da maioria do povo por um punhado de parasitas.

Conheça mais da verdadeira vida de Lampião, Maria Bonita e os cangaceiros, bem como seus verdadeiros costumes, sua relação com a sociedade na época, com as mulheres, a religião e os políticos no site:


Pesquisem sempre em fontes confiáveis e de referencia.


Fontes: (Além minha cabeça fervente, usei textos das seguintes matérias na composição deste post)





sexta-feira, julho 03, 2015

Entre Rolas e Autópsias [nós]

Entre rolas e invasão de privacidade mesmo depois de falecido, percebemos a falta de humanidade na sociedade atual e também o quanto a ideologia de liberdade de expressão confunde-se facilmente com falta de respeito.

Após receber duras criticas de Silas Malafaia, o jornalista Boechat, da rede Bandeirantes, proferiu uma das mais recentes pérolas da nossa mídia podre: Vai procurar uma rola. Tal provérbio foi disseminado pelas redes sociais como uma forma de lavar a alma, ou a honra, ou até a mesmo a luta dos homossexuais pela garantia dos seus direitos fundamentais como cidadãos, tão contestados pelo pastor.

Mas, foi exatamente nisso que o jornalista deu um tiro no pé na luta LGBT em nosso país, pois a expressão “procurar um rola” nada mais fez do que denegrir, assim como xingamentos e piadas a respeito, a identidade sexual de muitos em nosso país.

A expressão utilizada em nada auxiliou na luta pelos direitos de todos, pelo contrário, apenas gerou mais e mais discurso de ódio por todos os lados; não é possível que alguma parcela da população ainda acredite que esse tipo de postura seja digna de aplausos.

Pensando bem, não é de se duvidar que acreditemos que tais ofensas sejam positivas, afinal nem os mortos conseguimos respeitar mais, nem as fatalidades passam em branco do nosso esgoto branco, que são nossas redes sociais e rodas de conversa. Nós criamos uma rotina de pão e circo dentro de nossas próprias casas através das mídias e nem percebemos isso.

A cultura de que podemos falar o que quiser, onde quiser e como desejamos afasta o senso critico, tão necessário, de nossas mentes, há alguns num acidente, como tantos outros em nosso país, duas vidas foram ceifadas: Cristiano Araújo e Allana Moraes, até então, mais um tragédia envolvendo um artista, na qual a mídia executaria bem seu papel de urubu.

Contudo não está sendo mais necessário que a mídia aberta cumpra este papel, pois nós mesmos o realizamos: eis que o vídeo da autopsia da cantor falecido foi distribuído e compartilhado por milhões nas redes sociais mais variadas, mais um exemplo clássico de como nos importamos com nossos semelhantes.

Sem contar que, esses tipos de vídeos relacionados a acidentes perturbam a paz de familiares de acidentados todos os dias, este caso especifico apenas trouxe à luz um hábito de muitas e muitas pessoas por aí...

Não importa o que diz a home Page do ser supremo FaceBook, nós não podemos compartilhar o que quisermos.

Beijos no cérebro.