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quinta-feira, janeiro 21, 2016

Naquele dia [apaixone-se]

Esta é uma publicação muito especial neste blog, esta narrativa foi escrita por mim e pela Maina Salén do blog GeoPoetizando [link], uma parceria que me trouxe muito orgulho, Maina é uma professora com uma capacidade criacional literária muito grande e bela, além disso, é uma mulher única e sem igual na sua bondade e sensibilidade, vale muito a pena conhecer seus escritos e, acima disso, seus feitos. 

Obrigado Maina por ter iluminado com seu nome e com suas palavras este blog tão singelo.
Deliciem-se com esse texto tão singular e ao mesmo tempo tão amplo, afinal, quem nunca passou por isso antes? 


Naquele dia


Ele

Quando ele acordou naquela manhã logo procurou planejar suas palavras, ações e reações, criar momentos favoráveis que os levassem a um momento sublime e ainda sentia os efeitos do despertar quando percebeu que isso é impossível, não se cria momentos inesquecíveis, eles acontecem com quem espera milagres.

Aliás, quando ele acordou pela manhã jamais poderia imaginar que seu dia não teria 24 horas, como todos os outros da sua vida, jamais poderia imaginar que um gesto, que para tantos é banal, seria radiante o suficiente para quebrar paradigmas temporais.

Naquela manhã não poderia imaginar qual o real sentido de um mar de sentimentos invadindo o pequeno cais do seu coração, nem como poderia ser um tufão de emoções destruindo o pequeno e frágil forte que protegia sua razão.

Sendo assim, ele não imaginava que aquela seria a sua última manhã, pois o homem que despertaria no outro dia seria outro completamente diferente.

E ainda amanhecia o dia...


Ela

Despertou calmamente com as imagens desfazendo-se aos poucos perante seus olhos. Ela sabia que não era simplesmente um sonho, e sim seus tão imaginados desejos que insistiam em ocupar-lhe a mente.

Respirou a poeira do sol que entrava pela fresta da janela de seu quarto. Sentiu um nó na garganta ao perceber que o coração ainda doía. Quando ela acordou naquela manhã tinha a ilusão de que ao dormir poderia amanhecer sem a dor, porém sentiu a saudade, aquela saudade que sufoca, pois era a saudade de algo que ela nunca viveu.

Olhou para o pequeno porta-retrato em seu criado mudo ao lado da cama, era uma fotografia dele, uma fotografia roubada, um doce segredo que ela guardava. Perdeu a noção de quanto tempo ficou sentada na cama observando cada detalhe dele, guardando a imagem em sua retina, pois em seu coração ele habitava há tempos.

Naquela manhã ela acordou e percebeu que era um redemoinho, onde girava e girava sem parar todas as suas dores, todos os seus sorrisos, todos os seus desejos, engolindo-a para dentro de si própria.

Assustou-se com o toque de seu aparelho celular, era o despertador, lembrando-a dos compromissos que tinha naquele dia. Ela desligou o alarme, visualizou as horas, espreguiçou-se estalando as costas antes de levantar da cama, e mesmo sem saber, já não era mais a mesma mulher.

E ainda amanhecia o dia...


Ele

Tudo o que foi pensado, feito e dito naquele dia concorreu para que o cume fosse com determinado desfecho, e o dia não acabaria enquanto a escalada não chegasse ao fim, que nada mais era, do que um início.

Os mais belos momentos de nossas vidas, chegam em escalas, muitas vezes parecem surpresa aos nossos olhos humanamente depressores, mas são na verdade construídos por almas que já estavam unidas muito antes dos corpos, e naquele dia ele era avisado de cada escala daquela viagem até que seus olhos puderam cruzar com os olhos do desejo ardente de seu coração: ela chegou...

Ela

Olhou para o relógio no seu pulso e reclamou internamente das horas. Cada segundo era uma infinidade de tempo que estava longe dele. A ansiedade intensa a fazia gritar em plenos pulmões preenchendo todo aquele silêncio da espera. Naquele dia ela era mais turbulências que todas as aeronaves do mundo.

Sufocou-se com seus gritos inaudíveis e uma lágrima surgiu no mesmo instante que brotou um pensamento, pensamento esse que a feriu como um espinho, e se ele não viesse ao seu encontro.

No entanto, mesmo o dia encontrando-se em seu fim, onde a noite tentava engolir os últimos raios de sol, ela iluminou-se devido o desejo ardente de seu coração: ele chegou...


Então, veio o silêncio e fez-se a cena

Não há jogos, não há planos neste momento, o que existe são olhares, toques que descarregam uma energia imensamente grande, e que ainda assim eles tentam absorver para si, procuram desesperadamente ser essa energia, decifrá-la para que no futuro possam reproduzi-la sem erros.

Mas há um momento, um segundo em que o mundo simplesmente para de olhá-los e passa a contemplá-los extasiado. É o momento! Seus olhares se cruzam e surgem os sorrisos, pois ele sabia no que ela estava pensando, e ela, sabia que ele sabia. Na verdade, eles são incapazes de esconder qualquer coisa um do outro, basta um olhar e a conversa já foi travada, o segredo já revelado e a omissão completamente desfeita.

O beijo

E chegou o momento! Aquele momento transbordante onde as palavras sucumbem, os gestos não bastam para expressar o que está em si, seus olhares fixos e de pupilas dilatas revelam um ao outro que nada mais pode ser contra, e a entrega ocorre através de um verso simples, mas complexo, onde apenas seus lábios poderiam criar a rima.

No caminho do encontro dos lábios desejosos, seus corações cessam todas as atividades, mas, no encontro único, consumado num beijo tão desejado, o mesmo coração volta a bater, porém com uma diástole que parece querer lançá-lo para fora do peito dele ao encontro do coração dela.

Eles percebem nesse momento que mais do que os lábios, os corações também se beijam naquele instante, neste encontro se fazem um pela primeira vez, quando os lábios buscam um ao outro num desfecho pacífico, mas avassalador, eles percebem que era exatamente ali que desejavam estar, não o lugar em si, mas sim, a maneira: um no outro e outro no um.




Por

Flávio Ferreira e Maina Salén [link]


terça-feira, janeiro 19, 2016

Edgar Allan Poe [niver do terror]


A Narrativa do personagem Arthur Gordon Pym, contava a história de um navio à deriva cuja tripulação faminta tirava no palitinho quem seria comido pelos outros. A vida imitou a arte 46 anos depois, quando a tripulação do Mignonette passou exatamente por isso. A grande coincidência? Os azarados que viraram refeição. Ambos eram camareiros e chamados Richard Parker

O autor da narrativa? 

Edgar Allan Poe que se estivesse vivo faria 207 anos hoje.



Este blog é executado sobre as sombras e olhares de duas aves símbolo: o corvo e o carcará, e este corvo não está aqui por acaso. Quando adolescente ganhei um livro de contos de um autor que não conhecia, mas que passou a ser fundamental na minha formação profissional, intelectual e até pessoal.

Edgar Allan Poe foi o criador do gênero “romance policial”, apesar de suas histórias de crimes serem conhecidas na França desde o séc. XVIII, através de publicações de biografias de bandidos famosos. Em contos como: “Os Crimes da Rua Morgue”, “O Mistério de Marie Rogêt”, “A Carta Roubada”, que são necessariamente contos policiais, Edgar Allan Poe deu uma grande contribuição à literatura policial, muito antes de Conan Doyle e Agatha Christie. Nestes contos, Poe descreve as investigações de Auguste Dupin em vários casos, mostrando uma engenhosidade perfeita.

Além do gênero investigativo, criado por Allan Poe, ainda nos restam obras de terror psicológico, contudo, acima das questões psicológicas dos personagens e de todo o clima de suspense alimentado pelo autor, é de suma importância salientarmos o fator da patologia. O autor, por muitas vezes, apresenta seus personagens não pelas suas características físicas, mas sim pelas suas patologias, como ocorre no conto “O Coração Denunciador”. A narração, com foco na análise patológica dos personagens, acaba por tornar-se presente na literatura naturalista, isto na metade do século XIX, todavia, Edgar Allan Poe, também neste caso, mostra-se um homem além de seu tempo, pois, já utiliza esse recurso muito tempo antes da existência dessa escola literária.

Os contos de Poe sempre são cheios de canibalismo, pestes, cataclismos, incinerações, estranhos males físicos e pacientes de manicômios, além da exploração, de forma crua e objetiva, dos mais escuros vales da psique humana. Escritor perturbado e perturbador, Poe é famoso pelas histórias de terror e policiais. Poe é aquele que, de acordo com Lovecraft, “resolveu ser intérprete daqueles poderosos sentimentos e frequentes ocorrências que acompanham a dor e não o prazer, a decadência e não o progresso, o terror e não a tranquilidade.” (Lovecraft, 2007, p. 62).

É interessante observar, ainda, que as mulheres de Poe são sempre uma alavanca para  a loucura inevitável de seus protagonistas homens, tanto por suas inteligências agudas e voltadas sempre para a metafísica e o ocultismo, a ponto de superarem leis da física, como por suas belezas, às vezes estranhas e fora dos padrões, mas, ainda assim, incandescentes.

Allan Poe não foi apenas escritor de contos de terror ou poemas obscuros, por meio de obras como "Filosofia da composição", "O principio poético" e "Eureka", onde Poe mergulha na filosofia, matemática e até hoje causa discórdia e debates sobre os olhares que se detêm nesta obra buscando um olhar universal sobre o conhecimento: 

"Por que não existiríamos? Esta é, até chegar a idade adulta, a pergunta mais imporssível de responder. A existência, a existência de cada um, a existência desde todos os tempos até toda a eternidade, nos parece, até a idade adulta, uma condição normal. (...) Mas logo vem o período em que uma razão convencional e mundana nos desperta da verdade de nosso sonho. A duvida, a surpresa, o inconpreensível chegam ao nosso tempo. Dizem: 'Vives e houve um tempo em que não vivias'"

Quer deliciar-se na obra obscura deste autor? Então não deixe de clicar neste links:



No fim de 2015 tive uma bela surpresa là Poe, na minha pacata cidade do interior de São Paulo, surgiu um novo ponto de encontro, um barzinho com estilo pub intitulado Edgar Allan Pub, onde podemos apreciar o melhor do rock roll, jazz, alternativo, samba e muita música de qualidade, além dos drinks inspirados em personagens e escritos de Allan Poe. Quando você passar por aqui, vale a pena conferir:







segunda-feira, janeiro 18, 2016

Vingança Mortal [r e s e n h a]

Olá, vamos falar sobre um livro especial.



Há alguns meses este blog foi agraciado com o prêmio [link] “Melhor blog amigo 2015” que nos foi concedido pela blogueira Laila Kelly do blog, super apreciado aqui, Livros Terapias [link] . 

Esse prêmio, além do selo, rendeu-nos um troféu, mais que apreciado, o livro “Vingança mortal” da autora Raquel Machado.



Este livro criou muitas expectativas, contamos os dias para sua chegada, só o fato de ser uma autora nacional que encara com muito talento a missão de escritora já nos agradava, e após a leitura da obra não houve duvidas que cada dia a espera do livro valeu a pena. Eis uma resenha sobre.

Lembra-se de amigos do colégio?

Quantos ainda estão próximos a ti?

Quantas reviravoltas deram as vidas daqueles que estão ao seu lado, sorrindo, em tantas fotos esquecidas pelo tempo?

Muitas. Assim como as vidas dos amigos de Brenda, protagonista do livro “Vingança mortal”, que após receber a notícia da morte de sua melhor amiga de adolescência, Nicole, vê-se envolvida numa tormenta de intrigas, mentiras e mais mortes.

Convencida que não foi um simples que ceifou a vida da amiga, Brenda resolve investigar o que realmente ocorreu a sua amiga naquele dia fatídico, contudo essa investigação pode levá-la a descobrir histórias e segredos que podem transformá-la num alvo.

Com esse enredo o livro nos leva por paisagens sulistas  que dão o ar para o desenvolvimento da trama de mistério e crimes, conciso e envolvente as páginas vão correndo diante de nossos olhos, tamanho desejo em descobrirmos onde o próximo passo da protagonista vai nos levar.

Os mistérios seguem uma linha lógica e são bem amarrados, o que nos faz conceber com mais facilidade a realidade dos fatos, e faz também com criemos facilmente a historias em nossas mentes, como se fosse um filme, ninguém dorme em paz enquanto não termina a leitura.

Outro ponto muito interessante é a humanidade dos personagens, o que nos faz criar um laço e nos identificarmos com muita facilidade com todos eles... Ou quase todos, risos. Isso sem contar as surpresas que enredo vai nos agraciando a medida que se desenvolve.

Escrito de forma simples e sem rodeios com certeza a trama vai agradar os amantes de mistério e narrativas criminais e de investigação. Sem contar que poderia ser facilmente transformado num enredo cinematográfico dado as proporções dos acontecimentos. A edição do livro é maravilhosa e contribui muito para a leitura e fluidez da narrativa.

Olhe novamente aquela foto com seus amigos do tempo de colégio e responda a pergunta da autora “até que ponto realmente conhecemos as pessoas?”


Para saber mais sobre a autora e sua obra visite seu blog:



vale a pena! :p


quinta-feira, janeiro 14, 2016

Não pense...


Não pense você que
Sua imagem não me assalta
Todos os dias
Como um outdoor
Ocupando a retina
Dos meus pensamentos

Não pense você que
Não imagino pequenos encontros
Toques
Olhares
Confidências

Não pense você que
Não és importante
Ou nem percebido
Muito menos protegido

Não pense você que
Não sinto seu cheiro à distancia
Que não sei a textura de sua pele
Os tons da sua voz
Nem que não me perco em seu desenho


Não pense você que
                                 Não penso em você.
               



sexta-feira, janeiro 01, 2016

As mulheres de 2015 [Cinema]

2016. Mas com um olhar sobre 2015.

Entre tantos acontecimentos culturais o cinema merece destaque no ano de 2015, resolvemos observar o que rolou de bom sob um viés peculiar: a participação das mulheres nos enredos cinematográficos em 2015.


Para sempre Alice

Este é com certeza um dos melhores dramas familiares dos últimos tempos. Alice, personagem que ganha vida por meio da brilhante atuação de Julianne Moore, sofre de Alzheimer precoce, uma professora de linguística percebe sua realidade mudar drasticamente a partir do diagnóstico da doença.

Este filme merece estar na lista, não só pela presença de Alice, sua luta e a luta de sua família, mas também pela dedicação da atuação perfeita da atriz.


Os vingadores: a era de Ultron.

Um dos filmes mais aguardados do ano trouxe novas perspectivas para a saga dos heróis mais poderosos do planeta, entre elas estão dois fatos que merecem atenção:

1. Viúva Negra, Scarlett Johansson, revela-se a todos, mostrando que não é apenas a espiã fria e calculista, pois conhecendo a vida da personagem não há como não compadecer-se e admira-la ainda mais; há também a relação dela com Dr. Banner, o Hulk, essa relação extravasa o enredo de aventura e nos leva a vibrar com a perspectiva de um romance inusitado.



2. Wanda Maximoff, conhecida pelos fãs de HQ como Feiticeira Escarlate, ganha vida através da atuação de Elizabeth Olsen. O enredo do filme seria impossível sem a mão da feiticeira, afinal ela "mexe com a mente" de todos os Vingadores, fazendo com que tudo se desenrole, sem contar que uma das cenas mais esperadas do filme tem ela como centro: "Se você passar por esta porta é uma Vingadora!"



Jurassic World


Este longa ainda é um divisor de opiniões pelo mundo, se compararmos à magia do primeiro filme da franquia, talvez deixe a desejar, mas o filme por si só é muito interessante. Bryce Dallas Howard dá vida a personagem Claire Dearing, que é o termômetro do filme. Ficou famosa por correr de um T-Rex com salto alto, mas foi além disto, é a única personagem circular do enredo, começa de salto alto, mas termina com ele apenas no pé, tornando-se a personagem mais corajosa e aguerrida e não apenas a mocinha que fica na sombra do mocinho.




Divertidamente


A Pixar mostra sua força com essa animação. O filme todo gira em torno de personagens femininas que refletem nossa existência de maneira singular, os protagonistas Alegria, Tristeza, Raiva, Nojinho e Medo que dão vida a mente da menina Riley simplesmente nos levam dos risos mais sinceros às lagrimas mais teimosas. Acabamos descobrimos muito mais sobre nós mesmos quando nos deparamos com a menina Riley e seus sentimentos, emoções e decisões.



Mad Max: Estrada da fúria.


Neste temos um dos filmes mais surpreendes do ano, uma visita a um dos maiores clássicos dos anos 80, a era de ouro do cinema. Apesar do longa receber do nome de seu protagonista, quem fornece a força e a alma do filme é a personagem Furiosa, uma guerreira pós apocalíptica que ganha vida pela interpretação de Charlize Theron. Não há como manter-se blasé ou inerte a aparição de Furiosa na tela, durante o enredo ela busca salvar mulheres que estão a mercê de um ditador, junto de várias mulheres e de Max ela vai lutar pela liberdade dos seus.



Jogos vorazes: a esperança - O final.

Um dos filmes mais esperados do ano, principalmente pelos jovens que acompanham a saga vivida em Panem. Este filme foi o encerramento com chave de ouro da odisseia vivida por Katniss Everdeen em busca da liberdade de seu povo, o tordo voa raso em direção a liberdade sem precedentes, mesmo que tenha sido envolvida na revolução de maneira casual, katniss nos encanta a cada passo em direção a vitória sobre qualquer tipo de ditadura, mesmo quando ela vem de possíveis aliados
Em tempos de ameaças à nossa liberdade política a senhorita Everdeen nos deixa um legado: lutar, até acabar com o jogo. J Law -nossa diva- estará em 2016 em filmes espetaculares, aguardemos a musa da nossa época.




Star Wars: o despertar da força.

"Houve um despertar, você sentiu?"

Este foi, com certeza, o filme mais esperado de 2015, desde 1977 a franquia vem encantando a humanidade, e o episódio 7 é simplesmente maravilhoso. talvez o melhor episódio ao lado do II: O império contra - ataca.

E o melhor de tudo: a protagonista, Daisy Ridley nos traz a personagem Rey com maestria e singeleza. Rey nos ganha durante o filme, da mesma maneira que Luke fez décadas atrás, uma menina que socialmente não representa muito, mas na verdade representa todos os que lutam contra a opressão. Com não enlouquecer com sua visão ao tocar no sabre de luz de Luke?  

Rey ainda enfrenta, sem medo, o vilão do filme, enfrenta seu destino de procurar por Luke e com certeza os arcos que ficaram no ar neste filme nos reservam uma Rey poderosíssima nos próximos episódios.  




O pequeno príncipe

Aqui a cereja do bolo cinematográfico de 2015.

Não há como não se render a maravilhosa obra francesa quando estamos diante dela nas gigantescas telas do cinemas, bem como não há como não purgar tudo aquilo com o que se passa em nossas vidas. Mais do que emocionante é uma lição de vida, assim como a leitura da obra; o filme deveria ser obrigatório a nossas crianças, assim quem sabe teríamos menos "reis de nada" em nossa sociedade.
Porém, o protagonista não é o principezinho perguntador, mas sim, uma garota chamada..., bom, na verdade seu nome não é revelado no enredo e isso só aumenta sua importância dentro do longa, pois quando não nos é revelado o nome da personagem é porque, dentre outros fatores, devemos dar nossos nomes a eles. Sim, a garota inocente que vai sendo devorada pela sociedade consumista nada mais é do que nós mesmos.

E que bela representação da nossa sociedade é realizada pela garota, sua mãe e seu vizinho aviador, que é quem vai lhe contar a historia de um principezinho, que conheceu há muito tempo, durante um acidente de avião no deserto.

A menina linda nos faz rir, chorar de raiva e emoção, e como se não bastasse nos leva a sua própria interpretação de um possível pós livro. Ela imagina, de maneira muito singular, um futuro para a príncipe que "desaparece" no deserto, deixando apenas uma concha; não poderia ter imaginado futuro pior a nosso príncipe criança, mas mesmo assim ela nos revela que sempre é possível retomar as rédeas da nossa felicidade e essência, basta "não esquecer".




Há ainda outros filmes onde as mulheres se destacam com maestria, tanto na interpretação quanto no crescimento das personagens, filmes importantíssimos como "As sufragistas", mas este, ainda não assistimos.