Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

domingo, abril 24, 2011

Racismo nos livros ... ?!


A notícia não é nova e também não é sobre mamilos, mas o assunto é polêmico!


Essa semana celebramos o dia da Literatura Infanto – Juvenil, divisão de maior importância da nossa literatura, pois é ingfancia e juventude onde formamos um leitor crítico e consciente da sua realidade social.

Há algum tempo atrás, literários e educadores viram – se diante de um dilema, pois o conselho nacional de Educação alegou haver conteúdo racista na obra de Monteiro Lobato.

Sinceramente eu não conhecia este conselho até então, o que na minha opinião, já tira toda a sua credibilidade, não que eu acredite no fato de por não conhecer uma entidade ela não é digna de crédito, mas acredito que uma instituição que não possui voz nenhuma na formação de educadores simplesmente não é eficaz.

Eu ainda não formei opinião sobre o assunto, portanto vou postar aqui algumas noticias relevantes sobre o fato e cada um pode tirar suas próprias conclusões.

Vou postar algumas reportagens de jornais importantes do nosso país, que são exclusivas de assinantes destes jornais, são textos mais elaborados e detalhistas sobre o assunto, assim poderemos ter uma visão mais clara (Será?).



Conselho quer vetar livro de Monteiro Lobato em escolas

Parecer sugere que obra não seja distribuída sob a alegação de que é racista

Racismo em "Caçadas de Pedrinho" estaria nas referências à Tia Nastácia e a animais como urubu e macaco


ANGELA PINHO
JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA

Monteiro Lobato (1882-1948), um dos maiores autores de literatura infantil, está na mira do CNE (Conselho Nacional de Educação). Um parecer do colegiado publicado no "Diário Oficial da União" sugere que o livro "Caçadas de Pedrinho" não seja distribuído a escolas públicas, ou que isso seja feito com um alerta, sob a alegação de que é racista.

Para entrar em vigor, o parecer precisa ser homologado pelo ministro da Educação, Fernando Haddad. O texto será analisado pelo ministro e pela Secretaria de Educação Básica.
O livro já foi distribuído pelo próprio MEC a colégios de ensino fundamental pelo PNBE (Programa Nacional de Biblioteca na Escola).

Em nota técnica citada pelo CNE, a Secretaria de Alfabetização e Diversidade do MEC diz que a obra só deve ser usada "quando o professor tiver a compreensão dos processos históricos que geram o racismo no Brasil".
Publicado em 1933, "Caçadas de Pedrinho" relata uma aventura da turma do Sítio do Picapau Amarelo na procura de uma onça-pintada.

Conforme o parecer do CNE, o racismo estaria na abordagem da personagem Tia Nastácia e de animais como o urubu e o macaco.
"Estes fazem menção revestida de estereotipia ao negro e ao universo africano", diz a conselheira que redigiu o documento, Nilma Lino Gomes, professora da UFMG.
Entre os trechos que justificariam a conclusão, o texto cita alguns em que Tia Nastácia é chamada de "negra". Outra diz: "Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou, que nem uma macaca de carvão".
Em relação aos animais, um exemplo mencionado é: "Não é à toa que os macacos se parecem tanto com os homens. Só dizem bobagens".
Por isso, Nilma sugere ao governo duas opções: 1) não selecionar para o PNBE obras que descumpram o preceito de "ausência de preconceitos e estereótipos"; 2) caso a obra seja adotada, tenha nota "sobre os estudos atuais e críticos que discutam a presença de estereótipos raciais na literatura".
À Folha Nilma disse que a obra pode afetar a educação das crianças. "Se temos outras que podemos indicar, por que não indicá-las?"

Seu parecer, aprovado por unanimidade pela Câmara de Educação Básica do CNE, foi feito a partir de denúncia da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, ligada à Presidência, que a recebeu de Antonio Gomes da Costa Neto, mestrando da UnB.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2910201001.htm


A FAVOR DO VETO AO LIVRO


Professor não sabe abordar racismo, diz denunciante

Falta preparo para lidar com tema, diz servidor do DF que denunciou a obra

Para ele, livro ensina alunos a serem racistas; "Há estereótipos nas personagens como a Tia Nastácia e os animais"

DE BRASÍLIA

Autor da denúncia contra o livro de Monteiro Lobato à Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, Antonio Gomes da Costa Neto diz que a obra "ensina" a ser racista e que falta preparo aos professores para lidar com o tema. Costa Neto é servidor da Secretaria da Educação do DF e mestrando da UnB (Universidade de Brasília) na área de relações raciais.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/images/ep.gif

Folha - Qual o problema em relação ao livro?
Antonio Gomes da Costa Neto - Os professores, no dia a dia, não têm o preparo teórico para trabalhar com esse tipo de livro. Então, não é que ele deva ser proibido. O que não é recomendado é a sua utilização dentro de escola pública ou privada.

Quais são as marcas do preconceito racial no livro?
O livro deixou para trás as regras de políticas públicas para as relações étnico-raciais. Há estereótipos nas personagens como a Tia Nastácia e os animais. Todos os animais são relacionados à cor negra com preconceito. Sempre para diminuir o negro em relação ao branco.

Que efeito pode causar o uso da obra nas escolas?
A criança não nasce racista, ela aprende a ser racista. Quando você utiliza esse tipo de livro dentro das escolas, você a está ensinando a ser racista.

Monteiro Lobato é considerado um clássico da literatura brasileira. Não seria melhor que a escola usasse a obra abordando essas questões, em vez de não usá-la?
O sistema educacional brasileiro hoje não tem a preocupação de formar professores preparando-os para questões raciais. Quando eles chegam à sala de aula, não conseguem identificar no dia a dia o que é racismo.


http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2910201002.htm


CONTRA O VETO AO LIVRO


Não fariam isso se fosse Shakespeare, diz professora

Especialista defende Lobato e diz que escola deve contextualizar tema

Para Milena Martins, preconceito visto hoje nos livros era interação de personagem negro com a época do escritor

DE BRASÍLIA

Milena Ribeiro Martins, especialista em Monteiro Lobato e professora de literatura brasileira e teoria literária da Universidade Federal do Paraná, defende a utilização das obras do escritor nas escolas e remete ao mediador de leitura a discussão sobre o tratamento aos negros.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/images/ep.gif

Folha - Há elementos de racismo na obra do escritor?
Milena Martins
- De fato, aparecem muitos ditos preconceituosos na obra de Monteiro Lobato. [Hoje] temos um linguajar politicamente correto que é tido como modelo, e tudo o que foge a ele é errado: preto é menos desejável que negro, melhor ainda é afrodescendente.
Na época de Lobato, é bom que a figura do negro apareça com o destaque de uma pessoa afável como a Tia Nastácia. Antes, aparecia só como denúncia social ou não aparecia. Então, temos uma personagem negra que assume voz importante, mesmo que seja chamada de negra beiçuda. Significa que ela está interagindo.

O CNE recomendou uma nota para acompanhar os livros. Qual é sua opinião?
Precisa haver o discernimento do professor. Um livro levado para escola não é lido sem a mediação do professor. Se vamos passar pente fino nos livros procurando preconceito, vamos ter que fazer em todos os clássicos. É humanamente impraticável.

O que a sra. acha do abandono do livro pelo governo?
O Lobato é um escritor contra o qual muitas vozes se levantam. Se o ponto fosse o abandono de "O Mercador de Veneza" pela questão dos judeus, não se faria porque é [William] Shakespeare. O livro de Lobato deve ser distribuído, ele é um grande escritor nacional.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2910201003.htm







Nenhum comentário:

Postar um comentário