Desde criança passava por aquele mesmo local, e desde muito antes desta época ele já estava lá, iluminando seu caminho, mas a criança, depois adolescente, depois jovem, e agora já adulto nunca percebera ali sua presença majestosamente humilde.
Seus galhos que se espalham num rizoma indecifrável sempre lhe deram o conforto de suas sombras moveis, arejando seu caminhar naquele trecho. Na florada sua explosões amareladas alegram, atraindo o melhor da natureza ao seu redor, criando um oásis de beleza e vida sem precedentes, e mesmo quando todas as flores iam ao chão propiciavam um tapete mais rico e belo dos que o Rei Salomão já pode vislumbrar no auge de sua riqueza, ainda assim, todo o esforço nunca fez chamar atenção do garoto.
O garoto por aquele caminho, já amou, já odiou, chorou algumas vezes e sorriu muitas outras, viveu e morreu ali ... Mas nunca percebeu seu próprio palco.
Eis que um gato, rajado como nenhum outro, rajava, numa manhã de setembro, olhares que direcionaram o olhar do garoto, para um novo amanhecer, um novo sol, como belos raios, e um calor que não há em nenhum outro lugar... Só ali, no reflexo dos olhos dele e do rajado gato, dois hipnotizados pela criação.
Às vezes é preciso outra coisa, um gato, para que o garoto possa (rajado) olhar além.
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