Sávio

A voz do funcionário, responsável pelo elevador, ainda ecoava pelo corredor, “Boa noite ‘seu’ Savio”, enquanto ele já tentava abrir sua porta, e ao mesmo tempo, desabotoava sua camisa, o problema é que o botão soltava – se para a direita, enquanto a chave gira para e esquerda. “parece que quando estamos com pressa nada da certo mesmo”, ele odiava quando se pegava com esses pensamentos enlatados, enfim, a porta abriu, passando pelo hall onde deixou sua carteira e pequenas coisas, já Havaí tirado a camisa que ficou no meio da copa, ali no chão mesmo, era tão bom chegar em lugar só dele, não haver ninguém em casa era motivo de satisfação, os sapatos ficaram no corredor já quase no banheiro, ligou o chuveiro e, apoiando o corpo com as braços na parede, deixou a água cair sobre sua cabeça, enquanto ela escorria pelo seu corpo, sentia cada molécula do seu corpo que era atingido pela sensação de conforto, “molécula? Essa palavra é engraçada, é da mesma família de palavras como ‘fronha’ ou ‘ovo’, droga a água esta esquentando, mesmo que a temperatura do chuveiro esteja no frio, é esse calor meu Deus ...não, não é Deus ... dizem que a culpa pelo calor é nossa, será mesmo?” finalmente começa a lavar – se e pensar no seu dia, quando é interrompido pelo toque do celular “eu não vou atender esse telefone agora, nem sonhando ...parou ....parou mesmo, aaaaa, começou de novo ...mas mesmo assim não vou, DEPOIS EU LIGOOO!!!! Alias, também tenho q ligar para o ...eu fechei a porta? Eu tranquei a porta quando entrei? Acho que não ... mas tudo bem, eu devo ter encostado, pelo menos...”ficou tentando buscar a imagem dele mesmo fechando a porta e não consegui se lembrar, sabia que não conseguiria ficar ali, com isso na cabeça, e sem enxugar o corpo, veste uma bermuda e vai ate a porta ... ela esta aberta.