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quinta-feira, janeiro 21, 2010

Discurso de Formatura Inacabado

Eu pretendia participar do concurso para orador da turma na formatura das turmas de letras de 2009, contudo devido a uma cachorrada da coordenação do curso, nossa turma nao foi avisada sobre a data do concurso, logo eu não participei...
Sendo assim, nem cheguei a terminar o ensaio que usaria para concorrer no concurso, e mesmo inacabado ele transmite alguma coisa dos tempos da graduação, entao resolvi posta - lo aqui e compartilhar com vocês, ei - lo:

Atualmente, ao nos deparamos com a realidade que nos rodeia, o que vemos com clareza? Qual a situação da nossa sociedade? Em que condições vive a grande maioria das pessoas que conhecemos, ou que vemos retratadas nos noticiários? Maior do que estas questões é, o que fazemos para que essa realidade mude? Quais as armas que temos?
A nossa comunidade busca desesperadamente, a todo momento, heróis, mas nossos heróis não conseguem enxergar através de paredes, nem voam, nada dessas coisas ... Nossos heróis são outros, são bombeiros, são aposentados, são índios, são professores, são mães e pais, são médicos, são pessoas, são humanos.
Nesses dias percebemos que não fizemos um curso de licenciatura, e sim, cursamos uma escola de heróis, de pessoas a quem são atribuídas grandes responsabilidades e grandes esperanças de que a realidade que nos cerca mude rapidamente.
O professor na verdade é o único que possui um grande e oculto super poder, ele é imortal.
Rubem Alves esclarece isso dizendo: “ensinar é um exercício de imortalidade, que de alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra, sendo que, desse modo, o professor não morre jamais, estando a cada dia no pensamento daqueles a que ele ensinou”.
Esta imortalidade não nos foi dada gratuitamente, foi conquista, não somente ao longo de 4 anos de estudos, mas muito mais tempo, nossa formação começou muito antes, quantos de nós não teve que fazer 2, 3 talvez ate mais vezes a prova do vestibular para conseguir ingressar em uma universidade publica?! Quantos de nós tivemos que nos apertar financeiramente antes mesmo da graduação para curso preparatório parta o vestibular, os conhecidos ‘cursinhos’...
Enfim aprovados no vestibular, e percebemos que ainda não conquistamos nada! Há uma longa jornada pela frente, mas na verdade ninguém tem olhos para isso, basta lembrar nossas conversas no intervalo, entre as aulas, nossos corações eram dominados pela empolgação, e para quem não se lembra de seu comportamento no começo do curso, basta observar os que entram ... somos nós quatro anos atrás!
Naqueles dias em que parecíamos ver o mundo e o horizonte que se revelava a nossa frente, como através de um caleidoscópio, iniciava – se um gigantesco processo em que tivemos que despir nossas almas, tirar nossas mascaras, e descobrir realmente quem somos, e isso não foi fácil, e é por isso que muitos ficam pelo caminho durante uma graduação, não é porque não gostaram do curso ou encontraram algo melhor para fazer com o seu tempo, é porque não houve comprometimento.
Comprometimento alias, que é a primeira grande característica de um herói.
Começamos então a formar nossas verdadeiras identidades, assim como o ouro é forjado no fogo, também passamos por muitas situações complexas esses anos, como o simples fato de saber que tudo o que aprendeu ate então não lhe seria útil em nada numa escola para heróis, percebemos desde os primeiros dias, que não estávamos aqui apenas para tirar notas no final do bimestre, estávamos em formação para algo maior.
Quantas vezes nesses dias não passamos horas das noites estudando para uma prova significativamente importante, passamos fome ou nos alimentamos extremamente mal, frio pois muitas vezes na correria do dia a dia não havia tempo de colocar na bolsa uma blusa para mais tarde ... assim os heróis foram criando resistencia necessária, pois quantas vezes vimos também nossos professores nesta mesma situação?!



Um comentário:

  1. Maravilhoso xuxu! Queria ver o discurso terminado. Você continua o mesmo nas argumenações! Saudade que me deu...

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