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sábado, outubro 31, 2015

Se me pedissem pra fazer um poema [Eu não faria]

Se me pedissem pra fazer um poema [Eu não faria]


Se me pedissem pra falar de saudade,
Eu falaria.
Se me pedissem...
Pois, sem motivo, não me abriria.

Se me pedissem pra falar de saudade,
Acho que mentiria.
Falaria sobre os que ficaram,
Sobre os que se foram, coragem, não teria...

Se eu falasse de saudade,
Fingiria não lembrar anos perfeitos
De qualquer idade,
Onde não havia defeitos.

Esqueceria a saudade do primeiro beijo
Do primeiro entrelaçar de dedos
De ter vencido os medos
De saber aquele esconderijo

Omitiria as risadas sem motivo
As fotos reveladas
As lágrimas veladas
Talvez isto me deixasse emotivo

Não falaria também de...

_ Desculpe... Mas você disse que não falaria nada disso...

_ ...

_ Acredito nisso que vinha falando, mas disse que falaria da saudade que fica... Dos que ficaram.

_ Pois tudo isso ficou também, todos ficaram, aqueles rostos que vezes passam por nós, quase como que estranhos, mas que dia estiveram ali, do seu lado, no seu colo, na sua vida... Mostra que a saudade em algum lugar falhou. Mostra que nem sempre somos dignos dela, nem de ser alvo nem ser flecha desse sentimento tão intenso e vazio...

_ vazio?

_ Sim, a saudade é vazia, pois é justamente um nada, que um dia, em algum lugar, em algum olhar, em algum falar, foi tudo... Talvez a saudade mais doída seja aquela que você sabe que ainda vai sentir...

_ Quando vê seu irmão fazendo um plano de vida que vai afastá-los...

_ Exatamente, quando os sonhos nos afastam um do outro, e existe um momento que você percebe que essa é a trama da vida, ela se move, abrindo espaços, que são preenchidos pela saudade...

_ Nada substitui a saudade?

_ Nada.





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