Entre rolas e invasão de privacidade mesmo depois de
falecido, percebemos a falta de humanidade na sociedade atual e também o quanto
a ideologia de liberdade de expressão confunde-se facilmente com falta de
respeito.
Após receber duras criticas de Silas Malafaia, o
jornalista Boechat, da rede Bandeirantes, proferiu uma das mais recentes
pérolas da nossa mídia podre: Vai procurar uma rola. Tal provérbio foi
disseminado pelas redes sociais como uma forma de lavar a alma, ou a honra, ou
até a mesmo a luta dos homossexuais pela garantia dos seus direitos
fundamentais como cidadãos, tão contestados pelo pastor.
Mas, foi exatamente nisso que o jornalista deu um
tiro no pé na luta LGBT em nosso país, pois a expressão “procurar um rola” nada
mais fez do que denegrir, assim como xingamentos e piadas a respeito, a identidade
sexual de muitos em nosso país.
A expressão utilizada em nada auxiliou na luta pelos
direitos de todos, pelo contrário, apenas gerou mais e mais discurso de ódio
por todos os lados; não é possível que alguma parcela da população ainda
acredite que esse tipo de postura seja digna de aplausos.
Pensando bem, não é de se duvidar que acreditemos que
tais ofensas sejam positivas, afinal nem os mortos conseguimos respeitar mais,
nem as fatalidades passam em branco do nosso esgoto branco, que são nossas
redes sociais e rodas de conversa. Nós criamos uma rotina de pão e circo dentro
de nossas próprias casas através das mídias e nem percebemos isso.
A cultura de que podemos falar o que quiser, onde
quiser e como desejamos afasta o senso critico, tão necessário, de nossas
mentes, há alguns num acidente, como tantos outros em nosso país, duas vidas
foram ceifadas: Cristiano Araújo e Allana Moraes, até então, mais um tragédia
envolvendo um artista, na qual a mídia executaria bem seu papel de urubu.
Contudo não está sendo mais necessário que a mídia
aberta cumpra este papel, pois nós mesmos o realizamos: eis que o vídeo da
autopsia da cantor falecido foi distribuído e compartilhado por milhões nas
redes sociais mais variadas, mais um exemplo clássico de como nos importamos
com nossos semelhantes.
Sem contar que, esses tipos de vídeos relacionados a
acidentes perturbam a paz de familiares de acidentados todos os dias, este caso
especifico apenas trouxe à luz um hábito de muitas e muitas pessoas por aí...
Não importa o que diz a home Page do ser supremo
FaceBook, nós não podemos compartilhar o que quisermos.
Beijos no cérebro.
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