Do terceiro andar, sentado na parapeito de sua janela, ele tem uma oportunidade única, vê a sua frente o por – do – sol, e percebe as suas costas o fenômeno de cores no horizonte que vem trazendo a noite ... a brasa consome o cigarro em sua mão direita, enfim o telefone toca, num pulo e menos de um passo ele está ao lado do aparelho,
Mas hesita!
Deixa tocar mais uma vez... e mais uma..
Do outro lado ela pensa que não deveria ter ligado, ele nem deve estar pensando na noite passada, e de súbito ouve a voz dele, num susto desliga o telefone.
Logo se arrepende, mas sabe que não vai conseguir mais reunir forças e coragem para ligar novamente, quando essa ideia começa a trazer uma angustia seu telefone começa a tocar, ele coloca sua mão sobre o aparelho,
Mas hesita!
Do outro lado, ele pensa que devia ter atendido logo, talvez agora ela já tenha saído e desistido, achando que ele nem deveria estar pensando nela, nesse momento ela atende com um sussurro no outro lado ...
Ele ri
“Você está rindo de mim?”
“Na verdade não ... você não existe mais, agora o que existe somos nós ... estou rindo de nós”
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